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Seção adaptada do Livro História Política de Tauá (ABC Editora) do Escritor Aroldo Mota, e da Pesquisa: Território dos Deputados: Dinâmica eleitoral e participação política em Tauá-CE de José Raulino Chaves Pessoa Júnior - UNICAMP.

 

No Império, quando da instalação de alguma vila, imediatamente o Governador nomeava um potentado (fazendeiro, militar, religioso) capitão-mor, responsável pela administração e segurança do novel ente público. No Ceará, até 1799, os capitães-mores era designados pelo Governador de Pernambuco. Após, pelos Governadores da Província.

 

Na república, esses administradores passaram a ser denominados de INTENDENTES, ora estranhos à composição das Câmara Municipais ou a elas pertencentes, sendo que ainda no inicio da República houve obrigatoriedade de que o administrador pertencesse à Câmara, isto é, fosse um vereador.

 

De 1889 até 1925, os administradores municipais eram nomeados pelos Presidentes da Província do Ceará entre os vereadores eleitos diretamente pelo povo; de 1935 até outubro de 1930, passaram a ser eleitos pelo povo; de 1930 até 1936, nomeados pelos Interventores dos Estados; 1936 houve nova eleição com a posse frustrada pelo golpe de 1937; de 1937 até 1947, nomeados pelo golpe de 1937; de 1937 até 1947, nomeados pelos Interventores; de 1947 até os dias atuais, eleitos pelo povo. 

 

Tauá é a sede regional dos Inhamuns, exercendo sobre as demais cidades da região influência econômica e política, fornecendo lideranças que a representa no âmbito estadual e federal. O domínio político nessa cidade é estratégico para a conquista de votos na região, pois através do controle político da Prefeitura e da Câmara Municipal as elites conseguem estender sua base política para outras cidades que gravitam em torno de Tauá, como: Arneiroz, Aiuaba, Catarina, Saboeiro, Parambu, Quiterianópolis, Independência.

 

Assim, ter influência política no Executivo e Legislativo em Tauá possibilita ao político a projeção regional, conseguindo adentrar no colégio eleitoral dos Inhamuns. 

 

Dinâmica eleitoral em Tauá: estruturação de duas linhagens políticas

Quando analisamos a história política de Tauá percebemos a existência de quatro ciclos de poder.

 

OS FEITOSAS

O primeiro foi assinalado pela hegemonia da família Feitosa. No início essa família exerceu seu domínio de forma absoluta, sendo o primeiro grupo de colonizadores a ocupar o território no século XVIII. O mandonismo local da família Feitosa como exemplo de poder privado que dificultou a penetração do Estado nessa região.

 

Os Feitosas ficaram conhecidos na historiografia brasileira após a guerra privada em que se envolveram com a família Monte. Esse conflito durou apenas dois anos, mas teve impacto no imaginário coletivo sertanejo, sendo o nome Feitosa sinônimo de valentia, poder e prestígio.

 

No período da Primeira República (1889-1930) os Feitosas permaneceram no poder, embora essa hegemonia sofresse desgastes com a emergência de outras famílias que passaram a reivindicar participação política. Em Tauá os Feitosas representavam o Partido Republicano Conservador (PRC) e o grupo opositor o Partido Republicano Democrata (PRD). Este grupo, composto por duas famílias, o Clã de Campo Preto e os Gomes de Freitas.

 

Nesse segundo momento os Feitosas permaneceram no poder apenas quando tinha o apoio da autoridade estadual. Assim quando o PRC, liderado por Nogueira Accioly, estava no comando do Executivo Estadual, o deputado Lourenço Alves Feitosa conseguia silenciar a oposição e manter sua hegemonia política em Tauá indicando os interventores municipais. Quando o PRC não estava no poder do estado, a família Feitosa perdia o poder político no contexto local.

 

JOEL MARQUES

O segundo ciclo é caracterizado pela liderança política de Joel Marques. Nesse período percebemos também duas fases distintas. No primeiro momento, que correspondeu ao período da Era Vargas (1930-1945), houve uma onda de estabilidade política.

 

Joel Marques, comerciante e sócio da primeira fábrica de beneficiamento de algodão dos Inhamuns, foi eleito prefeito pelo Partido Republicano Progressista (PRP) em 1936. Após o golpe em 1937, por conta de sua relação de amizade com o interventor do estado Francisco Menezes Pimentel, exerceu o cargo de interventor em Tauá durante o período em que este esteve no poder (1937 a 1945).

 

No segundo momento, caracterizado pela restauração democrática de 1945, Joel Marques manteve-se como líder político em Tauá, embora competindo com outros grupos, sobretudo os Gomes de Freitas. A disputa no âmbito estadual reverberou na formação de agrupamentos no nível municipal. Em Tauá existiam três grupos políticos que se filiaram em partidos distintos: Joel Marques e membros da família Alexandrino ingressaram no Partido Social Democrático (PSD); Gomes de Freitas e o Clã de Campo Preto filiaram na União Democrática Nacional (UDN); integrantes da família Castelo de Castro aderiram ao Partido Social Progressista (PSP). A família Feitosa não estava mais unificada e ficou dispersa entre os partidos.

 

Na eleição de 1947, houve um alinhamento de partidos, semelhante a disputa nacional e estadual, tivemos a polarização entre dois partidos: PSD e a UDN em coligação com o PSP. O resultado eleitoral foi favorável ao candidato do PSD à prefeitura de Tauá, Marçal Alexandrino. Além desta as de 1950, 1954, 1958 e 1962 foram favoráveis aos candidatos do PSD. Embora nessa última eleição tivesse ocorrido a coligação, liderada pelo então governador Virgílio Távora (UDN), entre as principais lideranças políticas do PSD e da UDN. Esses partidos, até então adversários nas disputas eleitorais, passaram a compor a chamada “União pelo Ceará”.

 

Com a candidatura de Júlio Rêgo para o posto de deputado estadual Joel Marques (ARENA) teve dificuldades de ser eleito, perdendo o apoio de chefes políticos de vários municípios dos Inhamuns, como Parambu, Saboeiro e Arneiroz, e logo após assumiu o posto de conselheiro no Tribunal de Contas do Município (TCM).

 

O grupo político que competia com Joel Marques era representado pela família Gomes de Freitas. Os integrantes dessa família iniciaram sua trajetória política no começo do século XX, quando Domingos Gomes de Freitas foi intendente de Tauá. Com a ascensão política de Joel Marques o poder dos Gomes de Freitas foi enfraquecido. Com a redemocratização de 1945 essa família articula a candidatura de deputado estadual membro da família.

 

Assim, os dois filhos de Domingos Gomes de Freitas foram eleitos deputados estaduais: Manuel Gomes de Freitas (Nelo Gomes), eleito em 1947 pelo PSP, e Antônio Gomes de Freitas (Lisboa), eleito em 1950 pela UDN e 1954 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Nas eleições de 1962, os Gomes de Freitas por conta de uma contenda com a família Feitosa, uniu-se a Joel Marques para disputar a eleição contra o médico Alberto Feitosa. Nesse acordo político, Joel Marques indicou o médico Júlio Rêgo (PSD) para o cargo de prefeito e os Gomes de Freitas indicaram Genésio Loiola (UDN) para vice.

 

ANTÔNIO CÂMARA X JÚLIO RÊGO

O terceiro ciclo se caracterizou pelo o embate, que durou de 20 anos, onde a política tauaense ficou polarizada nestes dois tauaenses, que foram deputados estaduais em diversas legislaturas. Júlio Rêgo herdou o patrimônio político de Joel Marques em Tauá e na região dos Inhamuns, assumindo inclusive a direção do PDS local. Enquanto Antônio Câmara herdará da família Gomes de Freitas.

 

O advogado, Antônio Gomes da Silva Câmara, filho do magistrado José Ósimo da Silva Câmara e bisneto de Domingos Gomes de Freitas, ex-prefeitos de Tauá. Foi funcionário da Previdência Social, chegando a superintendente-adjunto do Órgão, no Ceará. Foi procurador concursado do INPS, depois INSS e por último, removido para a Advocacia Geral da União.

 

Traz no seu sangue a marca da família Gomes de Freitas, recebendo o convite, em 1974, para ser candidato a deputado estadual pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), concorrendo às eleições de 15 de novembro de 1974. Foi deputado estadual em cinco legislaturas consecutivas, de 01 de fevereiro de 1975 a 31 de janeiro de 1995. Foi vice-lider do Governo Virgilio Távora e líder do Governo Gonzaga Mota.

 

Em 1985, foi nomeado pelo então governador Gonzaga Mota secretário de Governo. No período, se deu o rompimento político do governador Gonzaga Mota com os ex-governadores Virgilio Távora, César Cals e Adauto Bezerra, que juntos haviam viabilizado a eleição de Gonzaga Mota, em 1982.

 

No início de 1987, o deputado Antônio Câmara foi eleito presidente da Assembleia Legislativa Cearense no biênio 1987/1988. Nesse período, Antônio Câmara assumiu a chefia do Executivo em várias oportunidades. Também na gestão do governador Tasso Jereissati, assumiu o governo inúmeras vezes, em decorrência da ausência do vice-governador Francisco Castelo de Castro, acometido de grave enfermidade e em constantes tratamentos fora do Estado.

 

Sempre conhecido por travar calorosos debates com as comunidades, suas lideranças, seus representantes, prefeitos, vereadores, deputados e suas forças populares. A eleição de 1990 foi a última que o deputado Antônio Câmara participou, elegendo-se mais uma vez pela legenda do PMDB, desempenhando neste mandato o cargo de líder da oposição ao governo Ciro Gomes.

 

Em 1962, como reflexo da coligação “Unidos pelo Ceará”, em Tauá uma parte da UDN fez acordo com o PSD e apoiou como candidato a prefeito o médico Júlio Gonçalves Rêgo (PSD), médico, indicado por Joel Marques.

 

O médico, Júlio Gonçalves Rêgo, filho de José Waldemar Rêgo e de Elizabete Gonçalves Rêgo, foi médico-chefe do posto de saúde em Tauá, (de 1958 a 1962) conseguindo acumular capital político suficiente para ser eleito. Capital esse obtido no exercício dessa profissão, sobretudo nos constantes atendimentos de “graça”.

 

Júlio Rêgo foi Prefeito de Tauá (eleito em 1962, pelo PSD - Partido Social Democrático), a sua gestão como prefeito (1962-1966) fez com que se projetasse na região do Inhamuns, conseguindo adentrar no colégio eleitoral dos municípios vizinhos e ser eleito deputado estadual em 1966. Em 1966 Júlio Rêgo, filiado a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi o terceiro deputado estadual mais votado, 8.423 votos em todo o estado.

 

Eleito ainda em 1970, 1974, 1978, 1982, 1986 e 1990, Vice-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará em dois períodos (de 1971-1972 e 1981-1982). Assumiu o Governo do Estado por várias vezes, quando Presidente da Assembleia Legislativa nos Governos: César Cals, Virgílio Távora, Tasso Jereissati e Ciro Ferreira Gomes. Foi líder do Governo Ciro Ferreira Gomes e Secretário de Saúde no Governo César Cals (de abril de 1973 a maio de 1974).

 

Membro Fundador do Lions Club de Tauá é Conselheiro Efetivo do Tribunal de Contas do Estado (nomeado a 06 de setembro de 1994, pelo Governador Ciro Ferreira Gomes); chegando a presidência do Tribunal de Contas do Estado (no biênio 1996/1997).

 

A partir das eleições de 1974 tivemos no município a disputa entre dois grupos políticos que tinham como lideres deputados estaduais Antonio Câmara e Júlio Rêgo. Como mostra o gráfico abaixo:

A votação desses deputados era dominante em Tauá, de 1974 a 1990. O ápice dessa concentração ocorreu nas eleições de 1974, quando juntos somaram 95,57% dos votos nominais. Posteriormente essa percentualidade foi decrescendo, em 1978 passou para 91,52% e em 1982 atingiu 89,05%. Exceção apenas em 1986 quando essa percentagem subiu para 91,03%. Nas eleições de 1990 a concentração dos votos em torno desses dois deputados atingiu o menor índice, 68,55%, visto que outros deputados estaduais passaram a disputar votos: Joviniano Carvalho, filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL), que obteve 15,49% dos votos válidos e Antônio Amorim, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), que obteve 4,37%.

 

Com a entrada de novos atores políticos e instituições no cenário eleitoral a disputa política municipal torna-se mais complexa e os dois deputados estaduais passam a ter sua influência política questionada pelas lideranças políticas locais. Dessa forma, segmentos da comunidade local passaram a apoiar deputados estaduais fora do eixo Júlio-Câmara. Como exemplo, citamos a candidatura nas eleições de 1990 do odontólogo e agropecuarista Joviniano Alexandrino (PFL) que foi apoiado por seu grupo político-familiar inserido no poder Legislativo de Tauá.

 

Observando essas eleições cabe um questionamento: quais as estratégias utilizadas por esses deputados para manterem-se hegemônicos no poder local?

 

Para responder essa pergunta analisaremos o contexto da disputa política nas eleições de 1974 a 1990. Nas eleições estaduais de 1974 em Tauá tivemos duas candidaturas: Júlio Rêgo (ARENA) e Antônio Câmara (ARENA). Nessa eleição Antônio Câmara conseguiu 5.167 votos e Júlio Rêgo 4.005 votos. Este, na época, tinha influência política no governo César Cals (1971-1975), tendo sido, inclusive, Secretário de Saúde estadual (de abril de 1973 a maio de 1974). Essa foi a eleição em que Júlio Rêgo apresentou a menor votação em Tauá.

 

Quando o deputado estadual permanece durante um longo período de tempo distante de sua base eleitoral é necessário que ele possua uma liderança da sua confiança para representá-lo no plano local.

 

No caso dos Gomes de Freitas, o grupo estabeleceu uma divisão do trabalho político: Antônio Câmara atuaria no plano estadual, estabelecendo contatos com o governador e com as repartições estatais para a aquisição de obras e verbas para Tauá; Domingos Aguiar, por outro lado, atuaria no plano local, ocupando postos no Executivo municipal, tendo um contato mais próximo com os eleitores.

 

O grupo liderado por Júlio Rêgo não possuía uma divisão política tão demarcada. Júlio Rêgo mantinha contato mais próximo com os seus eleitores, sempre visitando o município, embora no âmbito local o seu cunhado Lemos Dias, empresário local, o representasse, dando encaminhamento as demandas dos eleitores e das lideranças locais.

 

A eleição de 1990 foi a última em que Antônio Câmara e Júlio Rêgo disputaram o mandato eletivo de deputado estadual. Nas eleições de 1994 cada deputado já tinha indicado seu herdeiro político, para que assim a linhagem política fosse perpetuada. Antônio Câmara nomeou seu primo, Domingos Aguiar Filho, e Júlio Rêgo escolheu um integrante de um grupo de empresários que o apoiava, Idemar Loiola Citó.

 

DOMINGOS FILHO X IDEMAR CITÓ

O quarto ciclo se caracteriza pelo, período em que Domingos Filho e Idemar Citó lideraram os grupos políticos em Tauá percebemos a existência de dois momentos distintos. O primeiro é caracterizado pela tentativa do prefeito em exercício de eleger seu sucessor político. Após as eleições de 2000 temos a caracterização do segundo período em que Domingos Filho torna-se hegemônico no poder local. No gráfico abaixo temos a votação desses dois deputados em Tauá durante quatro eleições, de 1994 a 2006.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Analisando o gráfico percebemos que Domingos Filho e Idemar Citó concentram a votação para deputado estadual nesse município. Essa realidade só é modificada quando o ex-prefeito Castro Castelo (PPB) candidata-se ao posto de deputado estadual em 1998, conseguindo um percentual de 23,34% dos votos válidos. Nessa eleição, tanto o percentual de Idemar Citó caiu (de 34,43% em 1994 para 30,41% em 1998) quanto o de Domingos Filho (de 48,89% para 35,09%).

 

Os dois deputados hegemônicos em Tauá, Domingos Filho e Idemar Citó, apresentaram uma soma de seus percentuais de votos nominais em torno de 80%, caindo apenas em 1998. A votação de Domingos Filho ao longo dessas quatro eleições é um pouco superior à obtida por Idemar Citó, mesmo este muitas vezes contando com o apoio do governo estadual e do governo municipal. O percentual de votos nominais de Domingos Filho iniciou alto em 1994 (46,89%), em que contava com o apoio do então prefeito Castro Castelo (PRN). Nas eleições de 1998 apresentou uma queda (35,09%), quando não contava com o apoio do prefeito João da Luz (PDT) e tampouco com o apoio do governador Tasso Jereissati (PSDB). Nas eleições de 2002, apresentou um alto percentual (43,39%), quando então era apoiado pela prefeita Patrícia Aguiar (PMDB). Apresentou o percentual máximo de votação em Tauá nas eleições de 2006 (58,23%), quando tinha a seu favor a sua esposa e prefeita reeleita Patrícia Aguiar (PMDB) e uma conjuntura política favorável à vitória de seu candidato ao Executivo Estadual, Cid Gomes (PSB).

 

A votação de Idemar Citó iniciou mediana em 1994 (34,43% dos votos válidos) e, assim como Domingos Filho, apresentou uma queda na votação em 1998 (30,41%), mas em menor proporção que este, pois contava com o apoio do prefeito João da Luz (PDT). Nas eleições de 2002, Idemar Citó conseguiu seu maior percentual em Tauá, 41,36%, quando contava com uma conjuntura política favorável à vitória de seu candidato ao Executivo Estadual, Lúcio Alcântara (PSDB). Nas eleições de 2006, não possuía um cenário político favorável, pois não contava com o apoio do Executivo Municipal e seu candidato ao Executivo Estadual, Lúcio Alcântara (PSDB), estava sendo preterido em detrimento a Cid Gomes (PSB). Nessa eleição, apresentou seu pior índice (26,50%), ficando inclusive na suplência.

 

O período compreendido entre as eleições de 1992 a 2000 foi caracterizado, em Tauá, pela tentativa das lideranças locais se fortalecerem politicamente. Assim, ao ocupar o cargo de prefeito, essas lideranças procuravam eleger seu sucessor político sem buscar o apoio dos dois deputados estaduais. Assim, todo prefeito que foi eleito nesse período buscou eleger seu sucessor para que dessa forma pudesse consolidar um grupo político independente do eixo Domingos-Idemar. Se observarmos a estruturação das candidaturas nessas eleições ao posto do Executivo municipal em Tauá verificamos que foram apresentados três candidatos. Um candidato apoiado pelo grupo de Domingos Filho e o outro apoiado pelo grupo de Idemar Citó. O terceiro candidato, buscando estruturar uma terceira força política no município, era formado pelo grupo da oposição. Nesse período três líderes políticos locais se destacaram na arena eleitoral: Sousa Bastos, Castro Castelo e Zé Lima. Essas lideranças orbitavam em torno da influência política dos deputados estaduais e procuravam em cada eleição uma manobra política eficiente que lhes garantisse a vaga de prefeito ou vice-prefeito para que, assumindo esse posto, conseguissem estruturar seu grupo.

 

A liderança política de Domingos Filho na arena local, se torna evidente por conseguido exito nas últimas quatro eleições, por ter sua esposa, Patrícia Aguiar, eleita prefeita por três mandatos (2000, 2004 e 2012) e seu primo, Odilon Aguiar eleito em 2008. Além disso seu irmão Marco Aurélio o vereador mais votado em Tauá.

 

Com esse resultado Domingos Filho, vice-governador pelo PMDB, consolidou sua liderança política no município, elegendo o Executivo, tendo o Legislativo local como aliado, e ainda contando com seu filho, Domingos Neto (PSB), como Deputado Federal eleito em 2010, sendo presidente da Comissão Desenvolvimento Urbano (2012) a da Comissão da Integração Nacional (2014), comissão técnica da Câmara dos Deputados para assuntos de interesse do Norte e Nordeste, e que trata de assuntos como Defesa Civil, Dnocs, BNB, Transnordestina, Transposição do São Francisco, recursos para seca.

GRÁFICO - Porcentagem de votos nominais para Deputado Estadual em Tauá (1974-1990)

GRÁFICO - Porcentagem de votos nominais para Deputado Estadual em Tauá (1994-2000)

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