Nascido em Tauá, criou-se na Fazenda Barra do Urucu, à época pertencente ao distrito de Cachoeirinha no município de Tauá. Hoje, a fazenda Barra, situada à margem direita do rio Jucá, está encravada no distrito de Cococi, pertencente ao município de Parambu.

 

Leandro da Barra (o quarto “Leandro Custódio de Oliveira e Castro”), tinha por avó paterno, o coronel Joaquim Alves Feitosa Sobrinho (“Seu Feitosa do Cococá”), e avó materno o coronel Leandro Custódio de Oliveira e Castro, “Seu Leandro da Barra”. Era, portanto, neto de duas das famílias mais tradicionais dos Inhamuns: a do Cococá e a da Barra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Casou-se com Cândida Solano Feitosa e Sousa, “Candoinha” em 30 de julho de 1949.

 

No aspecto educacional, “Leandro da Barra” cursou as primeiras letras na Fazenda Barra sob a orientação da Professora Francina Teles. Em seguida, sua mãe, “Dona Santinha”, contratou o professor Antônio Citó (“Titi Citó”) para lecionar na Fazenda Barra e ensinar aos filhos Leandro, Mundita, Feitosa e Honório. Logo depois, no ano de 1941, já alfabetizado, foi trazido à cidade de Tauá para dar continuidade aos estudos sob a orientação da professora Adalgisa de Assis. Posteriormente, foi conduzido à cidade do Crato onde estudou no Colégio Diocesano, concluindo todo o primeiro grau. Em seguida, foi conduzido à Fortaleza onde estudou no Colégio São João, localizado na Avenida Santos Dumont, no período de 1944 a 1946, tendo quase concluído o ensino médio.

 

“Leandro da Barra” como era conhecido, era um homem de vasta cultura, com bons conhecimentos de literatura, com pendor especial para a história política dos grandes estadistas como Napoleão Bonaparte, Winston Churchil, entre outros. Dentre os brasileiros, era profundo admirador de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubistchek e fervoroso admirador de Ulisses Guimarães.

 

Era um cidadão afável no trato e sabia ser agradável como ninguém perante os amigos. Gostava de poesia. Era extremamente cômico, um piadista nato. Qualquer piada, com o seu gestual, era motivo de boas risadas.Gostava de participar de entidades da sociedade civil, como Lions, IFFA e, sobretudo, da Maçonaria, entidade em que exerceu vários cargos, tanto em Parambu como em Tauá.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na esfera política, exerceu o mandato de vice-prefeito de 1958 a 1962 e o de prefeito do então município de Cococi, no período de janeiro de 1963 a dezembro de 1966. Com a queda do município de Cococi em 1969, que, conservando o mesmo nome, passou à condição de distrito de Parambu, “Leandro da Barra” passou a ter destacada atuação na política parambuense. A partir das eleições seguintes, já na década de setenta, sob a égide da ditadura militar, tornou-se um combativo e corajoso militante de esquerda, filiado ao então MDB - Movimento Democrático Brasileiro, constituindo-se na maior liderança política do distrito de Cococi, ganhando, seja como apoiador, seja como candidato, todas as eleições da década de setenta, de oitenta e dos anos noventa.

 

Como orador eloquente, nos tempos negros da ditadura militar, proferiu grandes discursos ao lado de Iranildo Pereira, Haroldo Mota e Paes de Andrade, pugnando sempre contra as atrocidades do regime militar opressor e em favor da restauração das liberdades democráticas no Brasil.

 

Em 1972 candidatou-se e elegeu-se vereador pelo MDB, obtendo expressiva votação, representando o distrito de Cococi junto à Câmara Municipal de Parambu, para o período legislativo de 1973 a 1976.

 

Ainda em 1976 foi candidato a prefeito pelo MDB, tendo como vice o farmacêutico prático, filho de Crateús, Antônio Torres de Melo (“Telmo”). Não logrou êxito na eleição, porém consolidou sua liderança no distrito de Cococi, obtendo grande maioria em todas as seções eleitorais do referido distrito. Posteriormente, no ano de 1982, foi candidato a vereador pelo PMDB, consagrando-se com uma grande votação, sendo o vereador mais votado dentre todos os candidatos de todos os partidos, obtendo 814 votos numa eleição atípica para um mandato de seis anos, com período legislativo de 1983 a 1988.

 

Na última seção legislativa do referido período, elegeu-se presidente da Câmara Municipal de Parambu para o biênio 1987/1988. No ano de 1988 candidatou-se a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Luiz Alves Noronha (“Tenente Noronha”), ficando em segundo lugar num pleito disputado por quatro candidatos às eleições majoritárias. Naquele pleito, apoiou e elegeu a vereador o seu parente Gelásio de Morais Feitosa.

 

Leandro da Barra foi, inegavelmente, o maior líder político do Cococi em todos os tempos. Ele tinha como característica a capacidade e o prazer em servir aos mais humildes, especialmente o povo simples do distrito de Cococi. Era capaz de vender a última “cabrita” para servir a um necessitado que lhe batesse à porta.

 

Historiador gostava muito de contar as histórias dos seus antepassados e dos bons tempos vividos na sua região.

 

Leandro Custódio Oliveira Castro faleceu em 10 de julho de 2012 em Tauá, aos 82 anos, seu corpo foi enterrado no cemitério de Cococi em Parambu.

 

COLABORAÇÃO:

Texto: Valdenor Neves Feitosa

Fotos: Arquivo da Família Feitosa, do Professor Sérgio Feitosa

 

Fotos: